Inundações em Veneza
- majutavares
- 15 de nov. de 2019
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O centro histórico de Veneza registrou duas inundações superiores a 150 centímetros em um único ano pela primeira vez desde 1872, quando os dados sobre o fenômeno da "acqua alta" na cidade começaram a ser compilados.
Segundo o Centro de Previsões de Marés da Prefeitura (CPSM), a água na Lagoa de Veneza atingiu 187 centímetros acima de seu nível médio no dia 12/11, a maior em Veneza desde 4 de novembro de 1966.
De acordo com dados disponíveis no site da Prefeitura e referentes ao período entre 1983 e 3 de outubro de 2019, o número de cheias por década vem aumentando de forma consistente e mais do que dobrou nos últimos 40 anos.
Entre 1983 e 1990, foram 351 (44 por ano); entre 1991 e 2000, 568 (57 por ano); e entre 2001 e 2010, 933 (93 por ano). Já entre 2011 e 2019, a cidade contabiliza 962 inundações superiores a 80 centímetros (fenômeno da acqua alta) ou seja, 96 por ano.
Influenciada pelo ciclo lunar, a maré em Veneza também é afetada por tempestades e o vento de siroco, uma corrente de ar quente proveniente do deserto do Saara.
Dois fatores, no entanto, contribuem para o aumento da ocorrência da "acqua alta" e estão ligados a problemas contemporâneos: a elevação do nível do mar e a erosão do solo na Lagoa de Veneza.
O primeiro é decorrência direta do aquecimento global, que derrete as calotas de gelo polar e coloca em risco zonas litorâneas.
Já o afundamento do solo marinho se deve sobretudo à ação do homem, em atividades industriais e para facilitar o trânsito de grandes navios.
A Prefeitura iniciou em 2003 a construção de um bilionário sistema de comportas chamado "Mose", mas a obra, que tem como objetivo evitar inundações no centro de Veneza, caminha a passos lentos devido a escândalos de corrupção e será concluída somente em 2021.

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