Ilha das Flores

O curta metragem de 1989, com duração de 13 minutos, faz uma crítica às desigualdades sociais geradas pelo sistema capitalista e a ausência de políticas públicas para solucionar a miséria por parte da população brasileira. O documentário Ilha das Flores é uma produção de Mônica Schmiedt, Giba Assis Brasil e Nôra Gulart, com roteiro de Jorge Furtado. A Ilha das Flores é localizada na cidade de Porto Alegre, e destinada ao depósito de lixo. O curta apresenta a trajetória de um tomate, da colheita ao descarte por uma dona de casa, até a chegada ao lixão situado na ilha- local onde as crianças passam a disputar alimentos recusados aos porcos.

“O que coloca os seres humanos da Ilha das Flores depois dos porcos na prioridade de escolha de alimentos é o fato de não terem dinheiro nem dono.”

Repetindo: As crianças disputam alimentos recusados aos porcos. Elas, em situação de extrema pobreza, aproveitam os restos que ninguém sequer imaginou reutilizar. O fato do ser humano possuir cérebro totalmente desenvolvido é evidenciado de forma irônica o tempo todo no documentário.

Socialmente falando, será que todas as leis são justas? É correto tratar de maneira igual pessoas que vivem em condições desiguais?

Aquele resto de comida, o material de limpeza que você despejou, aquele caco de vidro que quebrou e você não embalou corretamente, acaba nas mãos, infelizmente, dessas crianças quando vão a procura de comida e utensílios, além dos catadores que os destinam aos lixões.

Uma coisa é certa, não sabemos aonde vai parar o lixo que jogamos fora, mas podemos fazer o possível para que seu descarte seja apropriado e seguro aos que trabalham com ele.

A Ilha das Flores nos assujeita a sensação de insuficiência, insatisfação e indignação de querer mudar e para que essa mudança ocorra, temos que pensar para além de nosso próprio umbigo.