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Critérios: Portfólio

Características de uma casa sustentável

Uma casa sustentável está ligada a diversos elementos, como:

  • Implantação

  • Conectividade

  • Materiais

  • Conforto

  • Energia

  • Água

Elemento #1: Implantação

Uma casa sustentável procura impactar ao mínimo o entorno no qual está inserido.

As seguintes estratégias podem ser utilizadas para uma implantação de baixo impacto:

Captação da Água da Chuva

Uma casa sustentável não deixará a chuva não absorvida no próprio lote para a cidade cuidar. Portanto, levará em conta os índices pluviométricos para a captação da água da chuva e uma maior permeabilidade. Logo, podemos reutilizar a água e ao mesmo tempo ajudar a prevenir inundações em sua cidade.

Outra estratégia é o uso de telhados verdes. Além de promover a biodiversidade e a redução da carga térmica, promove também maior captação da água da chuva.

Espaços abertos

Uma casa sustentável deixa ela mesma e seu entorno respirar. Ao mesmo tempo, permite afastamentos suficientes entre edificações vizinhas. Promoverá o andar por meio de um paisagismo consciente que use menos água na irrigação.

Prevenção de Ilhas de Calor

Podemos prevenir o aquecimento das superfícies com cores mais claras e lisas. Esta relação se chama absortância e o quanto mais baixa, melhor.

Norma de Desempenho privilegia absortâncias baixas. A referência são absortâncias abaixo de 60% em algumas regiões brasileiras e 40% em outras. As edificações obterão cargas térmicas inferiores e menor uso do ar condicionado. Simultaneamente, o meio urbano agradece pela contribuição com o microclima local.

Elemento #2: Conectividade

Uma casa sustentável promove o ir de vir de seus usuários. Portanto, uma casa dissociada do meio urbano não pode ser considerada uma casa sustentável.

Como assim?

A verdade é que uma casa sustentável deve possuir uma relação próxima com a cidade. Tornar os hábitos corriqueiros, como comprar um pão na padaria ou ir a uma loja, mais acessíveis.

É comum alguns pensarem que casas sustentáveis podem existir no campo. Porém, estas casas utilizam mais veículos nas atividades corriqueiras, poluindo mais. Consomem mais da infraestrutura urbana, necessitando de mais vias até estas residências. Consome até mais do meio ambiente, impactando uma flora e fauna de regiões que antes eram intocadas.

Portanto, cidades na densidade certa promovem sim a sustentabilidade.

Uma casa no meio urbano é mais independente do carro, poluindo menos. Promove atividades físicas como caminhar, ou o uso de bicicleta por ciclovias. Possui conexão com um bom sistema de transporte coletivo, facilitando o ir e vir.

Sabemos que desfrutar de uma boa estrutura urbana é privilégio de poucos brasileiros. Inegavelmente uma casa sustentável vai de encontro a um urbanismo sustentável. É uma evolução conjunta que necessita ocorrer.

Elemento #3: Conforto

Podemos separar o conforto de uma casa sustentável em:

  • Conforto Térmico

  • Conforto Lumínico Natural

  • Conforto Lumínico Artificial

  • Conforto Acústico

  • Qualidade do Ar

  • Vistas de Qualidade

Conforto Térmico

Imagine dez pessoas em um único ambiente. Mesmo que elas estejam nesta mesma situação, algumas podem estar sentindo mais frio ou mais calor.

A relação de bem estar é diferente para cada pessoa, devido ao seu metabolismo. Somando a este fator existe a vestimenta, que gera novas combinações de conforto….

Ainda existe a umidade, a velocidade do vento, a temperatura das superfícies e a temperatura do ambiente…

Todos estes fatores somados tornam as estratégias de conforto térmico mais difíceis de atingir. Para a maior eficácia, exige um profissional para simular o projeto e otimizar os custos.

Uma pessoa que projeta com foco em conforto térmico irá buscar uma relação intensa com a sua região bioclimática. Desta forma o conforto será garantido em grande parte de forma passiva. Dependerá menos do aquecimento ou ar condicionado e reduz o consumo de energia elétrica.

Regra básica de envoltória para região norte e sul em uma casa sustentável

No sul do país será geralmente privilegiada uma envoltória com transmitância mais baixa. Ou em um bom português, uma parede que deixe passar menos o calor ou o frio.

Já a capacidade térmica da envoltória deve ser mais alta. Desta forma ela terá maior inércia térmica, absorvendo o calor externo no verão e a utilizando a noite, quando está mais frio.

Já no norte do Brasil será privilegiada uma ventilação mais acentuada. Portanto, utilizar pisos elevados é uma estratégia válida. Simultaneamente, aberturas abaixo da cobertura permitirá o controle térmico mais eficiente.

Contudo, o ideal é sempre avaliar cada projeto isoladamente em conjunto com o bioclima. Diversas ferramentas estão disponíveis para quem busca realizar arquitetura bioclimática.

Uma das ferramentas mais simples e eficientes é o Projeteee. Ela foi desenvolvida pelo Governo Federal em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente.

Existem outras ferramentas voltadas para especialistas, que incluem simulação computacional. A mais famosa é o Energyplus, mas existem outras como Designbuilder, Sefaira e IES. 

Conforto Lumínico Natural

O Conforto lumínico em uma casa sustentável deve privilegiar a distribuição máxima da luz, evitando o uso da luz elétrica.

No entanto, apenas distribuir a iluminação sem critério pode gerar grandes problemas. Um efeito comum é um grande índice de ofuscamento e uma maior carga térmica. Como resultado é necessário o maior uso do ar condicionado e energia.

Uma recomendação eficaz é obter a iluminação próxima a 300 lux durante o ano todo em áreas regularmente ocupadas. Estas áreas são geralmente salas, cozinhas e quartos. Por outro lado, não permitir áreas acima de 1250 lux durante o ano todo previne o ofuscamento.

Recomendações para a otimização da iluminação em uma casa sustentável

  • A orientação é o elemento rei para uma edificação sustentável. Determinar a melhor posição para os ambientes otimizará a eficiência de uma residência.

  • Uma menor profundidade dos ambientes em relação a fachada gera ambientes mais claros e econômicos.

  • A avaliação criteriosa das proporções vidro/fachada para cada orientação da edificação é crucial. Edifícios com muito vidro necessitarão de vidros de alta performance para obter um bom nível de conforto.

  • Brises são ótimos elementos para o controle passivo do calor externo. No norte são indicados brises horizontais e no leste/oeste brises verticais.

Regra comum das aberturas e brises em uma casa sustentável

  • Norte: aberturas médias com brises horizontais.

  • Leste: aberturas médias com brises verticais

  • Sul: aberturas sem brises.

  • Oeste: menos aberturas e mais inércia térmica, bloqueando e retardando a intensidade do sol.

A simulação computacional é a melhor forma de gerar informações para as melhores decisões de projeto. Caso necessite de uma dessas análises.

Conforto Lumínico Artificial

Apesar das tão faladas lâmpadas de LED fornecerem economia, cuidados devem ser tomados.

A principal delas é a compreensão do uso de cada espaço. A Norma de Desempenho determina como parâmetro superior pelo menos 200 lux em salas. Porém, a CIBSE (Chartered Institution of Building Services Engineers) determina 300 lux.

Já para cozinhas a iluminância confortme NBR15575 deve ser maior, 400 lux. Neste caso a CIBSE indica 500 lux.

Portanto, verifique os níveis que você possui nos ambientes projetados. A simulação é a melhor forma de avaliação em projeto, assim garante-se maior economia na solução.

Para ambientes já construídos, é possível medir no próprio local com um luxímetro ou, com menor precisão, aplicativos. Atenha-se aos centros do ambiente e a uma altura de 80cm do solo para otimizar a precisão.

Conforto Acústico

A acústica trata de fenômenos importantes como a reverberação e o mascaramento.

No entanto, o mais importante para residências é a redução do ruído externo. Isso vale para a fachada e também entre ambientes, no caso de apartamentos distintos.

A Norma de Desempenho (NBR15575) apresenta regras claras neste quesito. São determinados limites que pisos, paredes e esquadrias devem suportar. Sua variação depende da classe de ruído da edificação e dos ambientes a serem avaliados.

Um exemplo são paredes externas em apartamentos em localização tranquila. Em um ensaio, as vedações externas devem suportar pelo menos 20 db de fontes de ruído localizadas a 2 metros de distância. Já em ambientes com maior ruído o requisito é maior, devendo suportar 25db.

Esta é apenas uma amostra dos critérios que uma casa deve fornecer para garantir a qualidade de vida dos usuários.

Qualidade do Ar

Uma casa sustentável estabelece um padrão mínimo para qualidade interna do ar. Realiza a troca do ar em condições determinadas pela sua região bioclimática.

A seriedade desta questão deve-se a síndrome dos edifícios doentes. Ela prejudica a saúde das pessoas que vivem em espaços inadequados na qualidade do ar.

As causas dos edifícios doentes estão na falha no sistema de aquecimento, ventilação e ar condicionado. Também são relacionados aos COV’s (Compostos Orgânicos Voláteis) usados na construção, altamente poluentes.

Este é um problema que não tem distinção de raça, gênero e mata tanto gente pobre quanto gente em melhores condições. Um exemplo é o ex-ministro Sérgio Mota, que foi vítima da bactéria Legionella sp, que causa pneumonia.

Portanto, utilizar produtos com uma quantidade reduzida de COV’s é uma solução simples e eficaz. Verifique principalmente a composição das pinturas utilizadas.

Outra ótima forma de privilegiar a qualidade do ar em uma casa é promover a ventilação adequada. A NBR15575 determina uma área de ventilação de pelo menos 7% da área do piso em grande parte das regiões brasileiras. Pode variar de 8 até 12% em regiões mais quentes.

Vistas de Qualidade

Olhar para fora traz saúde. Portanto, privilegie janelas que tenham vistas para elementos da cidade. A flora, fauna e até pessoas ajudam drasticamente na regulagem dos ritmos circadianos.

Sim, uma casa sustentável procura estabelecer a relação com o ritmo biológico humano. Afinal, é um ritmo estabelecido após dezenas de milhares de anos em contato com a natureza. Mas ainda sim, muitos insistem em ignorá-lo com edificações ineficientes.

Elemento #4: Materiais

Uma casa não pode ser considerada sustentável sem pensarmos na procedência dos seus materiais. Elas se distribuem nas seguintes estratégias:

  • Redução do uso de materiais na construção ou reforma.

  • Reutilização de materiais, tanto no próprio lote quanto fora dele.

  • Utilização de materiais orgânicos (madeira, pedra natural).

  • Utilização de materiais rapidamente renováveis (bambu, linóleo, cortiça, que se regeneram em um período máximo de 10 anos).

  • Utilização de materiais com conteúdo reciclável.

  • Utilização de materiais regionais.

Porém, não é apenas especificar o que fornecedores dizem ser bom que irá gerar uma casa sustentável. A investigação deve ser parte da vida de quem possui compromisso com a sustentabilidade.

Para sua sorte, temos alguns materiais sustentáveis disponíveis para download aqui.

Qual a importância da investigação para uma casa sustentável?

Muitos materiais podem ser sustentáveis na sua composição. Porém, podem ser extraídos ou processados por pessoas em condições desumanas de trabalho.

Materiais podem ser sustentáveis, mas a matéria prima vir de longas distâncias. Utilizam muito combustível e podem, no final, ser menos sustentável que um produto comum fabricado em região próxima.

Um material sustentável pode originar um produto insustentável também. No processo de fabricação podem surgir componentes ou químicos que alteram sua característica. Pode inclusive prejudicar a saúde dos seres humanos durante o processo ou uso a longo prazo.

Uma ótima forma de obter materiais sustentáveis para uma casa é por certificações. Para produtos em madeira o FSC é uma sigla comum.

Porém, existem outras, como o Cradle to Cradle. Esta certificação considera um processo produtivo menos agressivo, promovendo a economia circular.

Existem ainda outras de relevância. Os EPD`s, Greenscreen e Declare da Living Future Institute são exemplos expressivos. Elas incentivam os fabricantes a comunicarem com mais clareza seus processos industriais. Estabelecem ainda parâmetros para a melhoria da sustentabilidade em seus processos.

Elemento #5: Energia

A energia é a categoria que mais impacta o meio ambiente quando negligenciada. Em certificações, buscar a performance energética equivale a quase 1/3 de todo o processo.

Portanto, buscar a eficiência energética deve ser foco em um projeto que vise a sustentabilidade.

Porém, é um erro pensar que um projeto eficiente deve focar em energias renováveis. Entre leigos é aceitável, porém, não entre empresas e certificadoras.

Uma casa verdadeiramente sustentável deve economizar energia diretamente na fonte. Resumindo, o foco deve ser na concepção arquitetônica.

Uma das formas mais eficazes de obter economia de energia em projeto é simulando. Os resultados são otimizados se trabalhados em conjunto com o conforto térmico e lumínico.

É bastante importante nunca dissociar estes elementos em uma simulação. Afinal, mais conforto térmico e lumínico em uma edificação significa redução no consumo de energia.

Focar na economia destes elementos tornará sua casa mais econômica e sustentável. Como podemos trabalhar?

  • Economia no ar condicionado. Pode ser obtido com a melhoria dos índices de conforto térmico, como detalhado logo antes neste artigo.

  • Chuveiros. Equipamentos mais eficientes, que consomem menos água podem ser uma ótima solução.

  • Refrigerador e outros Equipamentos. Equipamentos mais eficientes, como os com selo PROCEL, são uma boa alternativa.

  • Iluminação. Podemos otimizá-la por um projeto bioclimático eficiente e o uso de lâmpadas adequadas, como já mencionado.

Elemento #6: Água

Uma casa sustentável utiliza a água mais sabiamente que casas comuns. Afinal, a população mundial continua crescendo junto com a poluição de rios e as mudanças climáticas.

Gosto de pensar na economia de acordo com o próprio fluxo da água.

“Reuso > Eficiência do Uso Externo > Eficiência do Uso Interno > Mudanças de Hábito.”

Reuso (e reciclagem)

O reuso é uma opção de baixo custo, já que a água é reutilizada com pouco tratamento adicional. Alguns exemplos são:

  • A coleta de chuva.

  • Pontas de água.

  • Irrigação com água cinza.

  • Água de banho compartilhada.

Já a reciclagem exige mais energia ou até mesmo produtos químicos para o tratamento. Alguns exemplos são a reciclagem de água cinza ou até mesmo a água negra.

Eficiência no Uso Externo

  • Plantas mais eficientes no paisagismo.

  • Irrigação eficiente. Um exemplo são os sistemas por gotejamento, que podem utilizar até 90% menos água que os convencionais.

Eficiência no Uso Interno

Para obtermos uma boa economia no uso interno da água, o ideal é conhecermos os maiores vilões do consumo. Os 3 maiores usos são o vaso sanitário, o chuveiro e a pia de cozinha. Portanto, estes devem ser os principais itens a serem mitigados.


Aqui estão alguns elementos que podem ajudar nesta economia:

  • Aeradores.

  • Banheiras com menor volume de água.

  • Louças mais eficientes, como vasos dual-flush ou mictórios sem uso d’agua.

  • Equipamentos mais eficientes, como chuveiros, máquinas de lavar roupa, entre outros.

  • Vasos sanitários por compostagem.

  • Conserto de vazamentos.

Mudanças de habito para uma casa sustentável

Após obtermos todas as reduções possíveis, é interessante promover ainda uma mudança de hábito. Desta forma obtemos ainda maiores economias.

Algumas estratégias são:

  • Não lavar o carro tão frequentemente.

  • Não irrigar a grama.

  • Tomar banhos mais curtos.

Fonte: https://www.ugreen.com.br/o-que-e-uma-casa-sustentavel/

Critérios: Sobre

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