Wetlands: solução ecológica para tratamento de esgoto
- majutavares
- 13 de abr. de 2021
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O sistema wetland é um sistema biológico capaz de reproduzir uma natureza integrada a cidade, e que utiliza, em sua essência, um filtro plantado com macrófitas.
Apesar de ser o elemento mais notável, pelos serviços ambientais que presta e pela qualidade paisagística que confere, a vegetação não é protagonista no que se refere aos processos de remoção de poluentes. Todo o processo de tratamento de água dessa construção paisagística ocorre no filtro abaixo das plantas, ou macrófitas, e não é perceptível para as pessoas. O processo é denominado fitodepuração, no qual a zona biologicamente ativa do material filtrante e das raízes, onde ocorre o tratamento realizado pelos microrganismos, formam um biofilme na superfície das partículas do material filtrante. É importante informar que esse sistema, apesar de limpar bastante, não deixa a água potável.
Os Wetlands com escoamento sub-superficial (sem acumulação de efluente na superfície) podem ser projetados, principalmente, com fluxo horizontal ou vertical.

Qual o papel das plantas (Macrófitas)?
Sem dúvidas as plantas, e principalmente suas raízes, tem um papel importante para o processo de filtração, sendo que ao longo do tempo se desenvolvem diversas interações complexas dentro do filtro que contribuem para a boa eficiência do sistema wetland. Porém frequentemente são atribuídas caraterísticas às plantas que elas não têm: os processos de depuração do efluente no wetland, por exemplo, é feito exclusivamente pela atividade dos microrganismos, principalmente bactérias.
Por outro lado, a presença de plantas faz com que os sistemas wetlands possam ser utilizados como elemento de jardinagem, o que torna-se interessante tanto para uma residência quanto para um empreendimento ou um município. Desta forma, pode-se combinar duas funções: a proteção ambiental através de tratamento e a criação de áreas verdes com aspecto paisagístico integrado ao urbanismo.
Regras básicas a se considerar para o dimensionamento de wetland
Partindo da máxima de que ‘no saneamento não existe milagre’, os wetlands devem ser dimensionados como qualquer outro sistema de tratamento, considerando as exigências e limites da tecnologia. O que diferencia Wetlands de outras tecnologias para tratamento de efluentes é que ele necessita de uma área, muitas vezes maior, se comparado a outras soluções. Como exemplo: em Wetlands de fluxo vertical deve-se calcular a área aproximada de 1,5m² por habitante atendido, sendo para os Wetlands de fluxo horizontal é necessário quase o dobro.
Um aspecto que torna os Wetlands imbatíveis, frente a qualquer outro sistema decentralizado, é a sua capacidade de absorver picos da vazão e de carga. Sabemos que em algumas épocas do ano, especialmente em altas temporadas, muitas vezes existe o problema de o sistema de tratamento de esgoto ‘não dar conta’. Ou seja, no momento em que é mais necessário pelo grande número de pessoas, ele falha. Então o Wetland mostra sua outra grande vantagem, picos de curto espaço de tempo não levam à falha do sistema, desde que estes casos sejam verificados adequadamente durante o projeto. Nenhum outro sistema para tratamento de efluentes pode trazer esta tranquilidade.

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