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Plantas emitem sons quando estão estressadas

  • majutavares
  • 8 de abr. de 2021
  • 3 min de leitura

Cuidar de plantas pode ser difícil. Muita gente acaba deixando várias delas morrerem por não saber exatamente o que precisam. Afinal de contas, as plantas não latem ou choram quando estão com sede. Mas têm seu jeito de avisar – nós é que não percebemos. Um estudo feito pela Universidade de Tel Aviv, em Israel, registrou sons emitidos por pés de tomate e tabaco quando eles eram submetidos à seca ou tinham um caule cortado. A frequência do som varia entre 20 e 100 KHz, o que pode ser percebido por alguns insetos. A audição humana, no entanto, não consegue detectar frequências acima de 20 KHz.


A equipe de pesquisadores posicionou microfones a dez centímetros de distância das plantas, que foram colocadas dentro de uma câmara acústica. Quando estavam desidratadas, as plantas de tomate emitiram cerca de 35 pequenos ruídos por hora, enquanto as de tabaco emitiram 11. Quando um dos caules era cortado, os pés de tomate “reclamavam” com 25 sons por hora, e os de tabaco com 15. As plantas que não foram submetidas a nenhum tipo de estresse emitiam menos de um som por hora.


A pesquisa também detectou diferenças entre os tipos de sons. As plantas de tabaco, por exemplo, emitem sons mais intensos quando estão com sede do que quando são cortadas.

Os cientistas criaram um modelo de inteligência artificial que consegue identificar a razão do som emitido pela planta e distingui-lo de barulhos vindo de outras fontes, como vento ou chuva.


Estudos anteriores já haviam demonstrado que as plantas emitem vibrações causadas pelo transporte de água e bolhas de ar que se formam dentro dos tubos de xilema em um processo chamado de cavitação. No entanto, as vibrações só haviam sido percebidas quando o detector era acoplado diretamente na planta. Segundo os pesquisadores, é possível que a cavitação também seja responsável pelos sons captados à distância.


Os cientistas sugerem a hipótese de que esses sons possam ser usados pelos insetos para decidir onde colocar seus ovos. Uma planta desidratada tem a possibilidade de morrer em breve e pode não ser a melhor opção para os insetos. O estudo ainda está aguardando pela revisão antes de ser publicado oficialmente em um periódico. Os autores dizem que a descoberta pode ajudar a criar técnicas de agricultura de precisão para “ouvir” as plantações, indicando se as plantas estão desidratadas.


Uma orquestra no jardim

Se a ciência ainda não é capaz de explicar como a nossa fala pode afetar os vegetais, o som produzido por eles já está sendo usado em terapias sonoras para humanos no Brasil. Monica Pomarico Moraes, terapeuta vibracional, bióloga pela Unisa (Universidade de Santo Amaro) e mestre em fisiologia pela Universidade de São Paulo (USP), trabalha com eletrodos posicionados sobre as folhas.

Há cerca de um ano, Monica usa o aparelho de biofeedback (pequeno rádio) e o app italiano chamado Plants Play para aplicar terapias sonoras com os sons criados a partir dos sinais elétricos captados nas plantas. "Dentre as técnicas que utilizo está a terapia floral. Uno os conhecimentos dessa técnica com os efeitos da terapia sonora, utilizo o som criado por plantas que integram sistemas florais", comenta Moraes.


Funcionamento: o aparelho de biofeedback mensura as variações elétricas captadas nas folhas e as envia, via bluetooth, a um celular. No smartphone, o aplicativo transforma esses sinais elétricos em notas musicais, com opções de instrumentos (guitarra, hang drum e outros).

"Ouvir a música de cada planta, sentir como ela atua em nós e interagir com ela, torna-se uma nova forma de contato e comunicação entre o reino animal e o vegetal, que pode abrir uma série de possibilidades, aprendizados e sobretudo uma existência harmônica", diz Moraes.




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