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Impactos da indústria têxtil no meio ambiente

  • majutavares
  • 4 de mar. de 2021
  • 3 min de leitura

A indústria têxtil é uma dos maiores motores econômicos do mundo, segundo dados da ONU Meio Ambiente. Contudo, o setor também se destaca por ser uma das mais poluentes do planeta, considerado o segundo que mais consome água e emite até 10% dos gases estufa do planeta- mais do que o transporte marítimos e a aviação juntos.

Além disso, o setor libera 500 mil toneladas de microfibras sintéticas no oceanos todos os anos, além de poluir o solo a partir do uso de pesticidas no plantio de fibras naturais.

As emissões de gases-estufa desse indústria são oriundas de processos como o transporte das mercadorias, a criação de animais (como a ovelha para a extração da lã), do tipo de fibra usada, da demanda energética e do consumo de água. Cada matéria-prima passa por diferentes processos até que a fibra têxtil seja obtida. Após a confecção do pano, ainda é preciso aplicar cloro, lavar e tingir.

Poliéster

O poliéster, popularmente conhecido como PET, é uma fibra sintética que constitui diferentes objetos do cotidiano, como garrafas plásticas, cintos de segurança, edredons e roupas.

Presente em malhas e calças, o poliéster é a fibra sintética mais usada no mundo e consome, em média, 70 milhões de barris de petróleo por ano e leva mais de 200 anos para se decompor.

Durante a produção do poliéster, são emitidos composto orgânicos voláteis (VOC) e efluentes contendo antimônio (substância cuja inalação excessiva pode provocar irritação na pele e nos olhos, inflamação nos pulmões. e bronquite). Outro problema é a contaminação por microplásticos, que vão para oceanos e contaminam animais ao longo da cadeia alimentar.

Algodão

Embora seja fibra natural, o algodão também tem impactos ambientais profundos: a produção de uma camiseta simples de algodão precisa de, em média, mais de 2,7 mil litros de água.

O plantio de algodão consome também inseticidas, o que degrada o solo e lençóis freáticos.

Viscose de bambu

A indústria têxtil vem aumentando o uso da viscose de bambu, que é feita a partir da celulose do bambu, devido a vantagens como não empregar pesticidas nem fertilizantes, usar menos máquinas para o plantio e evitar a erosão do solo.

Contudo, essa fibra pode causar problemas de saúde a quem a produzir, pois exige o manuseio de ácido sulfúrico e soda cáustica (que, além de tóxica e poluente, é inflamável, o que oferece riscos de explosões).

Impactos da moda rápida

Anualmente, estima-se que apenas 10% do vestuário produzido seja reciclado. Um dos agravantes é a tendência da “fast fashion”, marcada por preços baixos e que estimula a compra mais frequente de peças.

Segundo dados da HBS, uma peça de roupa que jogamos fora após um mês emite 400% mais de carbono em comparação a uma peça mantida durante um ano. Desse modo, o consumo desenfreado não só consome mais matérias-primas como também aumenta os impactos ambientais produzidos.

Internet impulsiona crescimento de brechós

No Brasil, segundo o Sebrae, o número de brechós cresceu 210% entre 2010 e 2015. Mesmo sem dados mais recentes, é possível verificar a grande oferta e procura por brechós nas redes sociais, que operam em lojas físicas ou e-commerces e atendem a consumidores de qualquer lugar do país.

Até pouco tempo, brechós eram sinônimos de roupas velhas e mal conservadas. Mas hoje é possível encontrar peças para todos os estilos.

– A moda faz parte da construção das sociedades e da nossa história, sendo um item fundamental para sobrevivência na sociedade atual. Por isso, ela precisa ser inclusiva. É muito mais difícil conseguir um emprego quando se está “mal vestido”, por exemplo. Assim, acreditamos que se a moda não estiver ao alcance de todas as pessoas, ela não será justa – afirmam as proprietárias de um brechó Rosani e Jéssica.

Novo perfil

Embora se destaque pela crescente preocupação com o consumidor, tal indústria enfrenta o desafio de desenvolver uma cadeia produtiva limpa e sustentável.

Para se adequar ao novo perfil de consumidor, empresas do setor têxtil e de confecção têm repensado suas práticas e readequado suas ações, adotando uma postura mais sustentável. Isso se reflete na escolha de fornecedores de tecidos, nas práticas sustentáveis de fabricação, no salário justo e no respeito aos funcionários. Além disso a utilização de tecidos com “selo verde” ou ecofriendly, como algodão orgânico e tecidos “desfibrados” (compostos por retalhos ou fibra de garrafa PET); uso de corantes naturais para tingir os tecidos; e dar preferência a peças clássicas que sejam de qualidade, mais duráveis e atemporais.


 
 
 

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