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Entenda as diferenças da explosão com nitrato de amônio em Beirute e São Francisco do Sul

  • majutavares
  • 7 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

A explosão em Beirute, no Líbano, trouxe lembranças dos moradores de São Francisco do Sul, no Litoral Norte catarinense, do dia em que uma fumaça tóxica invadiu a cidade, em 2013. O caso ocorreu após uma combustão ocorrer em uma empresa de fertilizantes, no bairro Rocio pequeno.


Não só a fumaça semelhante chamou a atenção, mas também o tipo de elemento envolvido nos dois episódios: o nitrato de amônio. O elemento é um sal inorgânico, inodoro, oxidante e com uma dissolução bastante endotérmica, ou seja, que absorve calor.


Ele é  usado em herbicidas, inseticidas, fertilizantes e como oxidante em foguetes e explosivos.

Apesar das semelhanças, um fato principal diferencia o acidente tóxico brasileiro do libanês: por quê em um caso explodiu e o outro não?

“O que diferenciou o caso de São Francisco do Sul do que ocorreu em Beirute foi a quantidade estocada e a presença de duas substâncias: o nitrato de amônio junto com o cloreto de potássio, esta última uma substância inerte, que pode ter diminuído o potencial explosivo”, explica o doutor em Química e professor da Udesc, Fernando Xavier.


A quantidade em São Francisco do Sul de nitrato de amônio era de 10 mil toneladas. Já em Beirute, eram mais de 2,7 mil toneladas.

O vapor com cores avermelhadas também é uma imagem que chama atenção em ambos os acidentes. Segundo Fernando, provavelmente, as duas fumaças possuem a mesma composição química da decomposição do nitrato de amônio.


Os riscos do nitrato de amônio

Segundo Fernando, o nitrato de amônio não é em si tóxico, podendo ser tocado e manuseado. Porém, o grande problema da substância é sua ação oxidante, por isso é preciso tomar cuidado com as condições de armazenamento.


“É preciso evitar qualquer ponto de aquecimento e contato direto com qualquer matéria orgânica, como plástico, porque ele pode reagir. Mas é preciso, principalmente, evitar calor. Por exemplo, um pequeno incêndio pode gerar um ponto de calor mais forte e isso gerar uma explosão”, conta.


Outra questão apontada pelo professor é que o nitrato de amônio tem uma grande velocidade de detonação.

“Nos vídeos [sobre Beirute] fica bem claro aquela coluna de fumaça muito parecida com São Francisco do Sul. E alguns segundos depois, há uma onda de choque, que forma uma espécie de cogumelo. Isto mostra que houve uma onda de choque devido a velocidade de detonação”, explica.


Em nota, Cláudio Santos, um dos proprietários da empresa do acidente em São Francisco do Sul, informou à equipe do nd+ que os produtos que causaram a fumaça de São Francisco do Sul e os da explosão de Beirute são diferentes.

Segundo ele, os utilizados na cidade são aprovados pelo Ministério da Agricultura e à base de cloro, diferente da capital do Líbano, que é puro. O empresário também informou que as atividades na empresa são todas regulamentadas e não oferecem risco de explosão.



 
 
 

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