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Com a quarentena, Dia de Sobrecarga da Terra será três semanas mais tarde

  • majutavares
  • 24 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

Todos os anos, o Dia de Sobrecarga da Terra assinala a data em que a humanidade esgotou todos os recursos biológicos que o planeta tem capacidade para renovar durante o ano inteiro. O conceito de “Overshoot Day” foi originalmente desenvolvido pelo instituto independente britânico de pesquisas New Economics Foundation, uma organização parceira da Global Footprint Network. 

De acordo com os cálculos da Global Footprint Network, a demanda atual por recursos ecológicos renováveis e os serviços que eles fornecem é atualmente equivalente a cerca de 1,6 Planeta Terra. Ou seja, consumimos 60% a mais da capacidade de renovação todos os anos.

Para piorar, esse consumo é crescente. Desde 2001, primeira medição feita pelo instituto, o dia de Sobrecarga da Terra vem sendo antecipado, em média, três dias a cada ano. 


Mesmo que a metodologia para realizar essa avaliação esteja em constante evolução, todos os modelos científicos demonstram um padrão consistente: projetam um avanço para além do nosso “orçamento”. 


Estima-se que a primeira vez que ficamos em déficit com a Terra foi na década de 1970, e nossa dívida vem se multiplicando desde lá. 


Por essa dívida ecológica, pagando juros altíssimos, que vão desde escassez de alimentos em algumas regiões, erosão do solo e acúmulo de CO2 na nossa atmosfera. Os custos, no entanto, estão muito além dos humanos. O furo monetário é devastador.  


Queda na pandemia

A projeção dos dados apontavam que a humanidade deveria consumir, antes da metade do século, recursos equivalentes a dois planetas. Mas a pandemia de covid-19, que vem parando o mundo desde o início de 2020, desacelerou esse processo.  

Este ano o limite será atingido a 22 de agosto, mais de três semanas mais tarde do que em 2019, quando os recursos foram esgotados em 29 de julho.

Os efeitos positivos para o planeta e há mais uma prova disso mesmo. 


Em comunicado, a Global Footprint Network explicou que a data reflete uma redução de 9,3% de consumo de recursos ecológicos pela humanidade entre 1º de janeiro e o Dia de Sobrecarga da Terra em comparação com o mesmo período do ano passado. Puxam essa redução o menor consumo de madeira e as emissões de CO2, consequência diretas dos bloqueios na quarentena. 


Ainda assim, a Global Footprint Network avisou que a “súbita” alteração de tendência está “muito longe de uma redução intencional, algo necessário para alcançar o equilíbrio histórico e o bem-estar da população”. O CEO da organização, Laurel Hanscom, defende ainda que “tornar a regeneração central para esforços de reconstrução e recuperação tem o potencial de solucionar os desequilíbrios na sociedade e a relação com a Terra”.

Neste caso, o que está em jogo não é a vida do planeta, e sim a própria perpetuação raça humana, uma das espécies mais novas por aqui. 


E o Brasil?

Alguns atributos jogam a nosso favor quando o assunto é Sobrecarga da Terra. Possuímos uma das maiores áreas florestadas do mundo. Desde que a ONU começou a coletar dados sobre o assunto, em 1961, a capacidade total dos ecossistemas naturais brasileiros em se renovar aumentou 5,8%. Mas infelizmente não carregamos apenas boas notícias. Nos últimos 50 anos, os recursos florestais diminuíram 10%, enquanto os recursos de terras cultiváveis foram multiplicados por 5,5, e as pastagens mais do que dobraram. Em consumo, de acordo com os últimos dados disponíveis (2012), Pegada Ecológica total do Brasil aumentou 249%.


Dia da Sobrecarga ano a ano

2000     5 de outubro

2001     4 de outubro

2002     30 de setembro

2003     21 de setembro

2004     13 de setembro

2005     6 de setembro

2006     4 de setembro

2007     2 de setembro

2008     4 de setembro

2009     8 de setembro

2010     31 de agosto

2011     27 de agosto

2012     25 de agosto

2013     22 de agosto

2014     19 de agosto

2015     13 de agosto

2016     8 de agosto

2017 2 de agosto

2018 1º de agosto

2019 29 de julho

2020 22 de agosto





 
 
 

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