top of page

Ciclone bomba pode frear chegada da nuvem de gafanhotos no país

  • majutavares
  • 11 de jul. de 2020
  • 2 min de leitura

O ciclone bomba que deixou o céu com aparência apocalítica e causou destruição no Sul pode salvar o Brasil de outro fenômeno natural de ares bíblicos. A nuvem de gafanhotos que ameaça entrar no Sul deve ser destruída pelo frio causado pelo ciclone.


— O frio trazido pelo ciclone deve acabar com eles. Pode gear e até nevar nas serras do Sul e isso é um obstáculo intransponível para os gafanhotos, que não sobrevivem em tão baixas temperaturas — diz o meteorologista Marcelo Seluchi.

Neste momento, os gafanhotos estão na Argentina sob efeitos do mesmo ciclone. E devem morrer por lá, se o frio continuar, o que é certo, segundo os serviços de meteorologia.


Em parceria com o climatologista Carlos Nobre, Seluchi havia realizado na semana passada uma análise preliminar sobre a praga de gafanhotos. A nuvem é formada pela aglomeração de milhões desses insetos normalmente solitários.

Gatilhos climáticos os fazem mudar da fase solitária para a gregária, numa das transformações mais radicais e grandiosas da natureza. Este ano, o gatilho climático foi, de acordo com Seluchi e Nobre, o longo período seco em todo o centro-sul da América do Sul (Paraguai, sul do Brasil, centro-leste da Argentina e Uruguai). Abril, em especial, foi anomalamente seco.

Agora, o frio de um dos ciclones mais fortes dos últimos anos pode matar os insetos. Seluchi observa que o ciclone desta semana chama atenção pela intensidade dos ventos. Isso aconteceu, segundo ele, porque este ciclone, diferentemente da maioria desses fenômenos climáticos, se formou sobre o continente e não sobre o oceano. Isso fez com que se deslocasse pela terra com força muito maior.

No entanto, ele destaca que as rajadas de ventos com 100 km/h registradas no oeste de Santa Catarina não foram causadas pelo diretamente pelo ciclone e sim por tempestades de uma linha de instabilidade. A diferença tem importância. Os ventos do ciclone são menos velozes, ainda assim devastadores porque são sustentados. Isto é, venta forte por muito tempo e não apenas em rajadas violentas, porém, breves.

O ciclone chega a São Paulo e ao Rio de Janeiro com ventos sustentados de 30 km/h a 40 km/h e deve manter a temperatura baixa até o fim de semana.

Apesar de muito forte, o ciclone não pode ser atribuído diretamente a mudanças climáticas, explica Seluchi. Ele se enquadra às previsões das consequências de mudanças no clima. Porém, o Brasil não tem séries históricas consistentes desses fenômenos que permitam fazer uma avaliação precisa.



 
 
 

Comments


Post: Blog2_Post

©2019 by eco.me. Proudly created with Wix.com

bottom of page