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A questão ambiental como uma questão social

  • majutavares
  • 10 de fev. de 2021
  • 2 min de leitura

O debate sobre o meio ambiente não é somente uma leitura da realidade restrita do ecossistema (dos parâmetros biológicos da existência humana ou natural), mas ao contrário, compreender o ambientalismo, significa estabelecer relações com todo o processo histórico das relações sociais, políticas, econômicas, culturais (CASCINO, 1999, p.35)


A questão ambiental tem ocupado um papel cada vez mais relevante nos debates acadêmicos contemporâneos. No viés político, tem sido alvo de negociação, tratados, acordos, convenções etc., o que mostra o universo de conflitos e contradições sobre o tema.


Atualmente, assistimos às consequências do desenvolvimento do capital sobre a natureza, intensificada com o desenvolvimento tecnológico e econômico. Entre as consequências, o processo de exaustão dos recursos naturais, que refletiu diretamente nas camadas mais pobres, pois são diretamente impactadas, como por exemplo, com a perda de meios pelos quais realizam seu trabalho.


A problemática ambiental também está associada ao sujeito oprimido, uma vez que as práticas exploratórias e não sustentáveis podem ocasionar malefícios sociais e sanitários para os que estão alocados em um determinado ambiente, sendo que a população de baixa renda, normalmente, é a mais afetada (Ruscheinskyn, 2002).


Sabe-se que o debate acerca da preservação ambiental envolve elementos como qualidade de vida, geração de renda, minimização das desigualdades sociais, produção em círculo fechado, desenvolvimento sustentável e tantos outros debates.


Pérez (2005) ressalta que a passagem de um modelo economicista para um modelo de sociedade estruturado a partir de valores e princípios de sustentabilidade, deve ser analisada e estabelecida em modelo de ação a longo prazo, respaldados em amplo consenso e por uma crescente aprendizagem social que levem a mudanças nos padrões de produção e consumo, na adoção de tecnologias, na regulamentação e no estabelecimento de normas, na organização institucional e na percepção cultural da sociedade (PÉREZ, 2005, p. 29).


Na conjuntura atual, “questão social” está diretamente ligada ao debate sobre os aspectos materiais, tais como economia, infraestrutura social e, também, a questão ambiental, essencialmente quando se trata dos impactos sobre políticas públicas sociais e direitos humanos (IAMAMOTO, 2005).


A configuração dos conflitos socioambientais em torno do acesso e formas de uso dos bens ambientais lança a questão para a esfera da política pública, legitimando-se como luta de cidadania (BRESSAN, 2001 apud SANTOS, 2007, p. 44).


Na conjuntura atual é impossível tratar de questões ambientais sem considerar os problemas de crescimento econômico, de desigualdade social e de impacto ambiental. O mundo atual exige que a sociedade esteja mais incentivada e mobilizada para assumir um caráter mais crítico, assim como questionar, de forma mais concreta, a falta de iniciativa do Estado em incorporar verdadeiras políticas pautadas no desenvolvimento social e ambiental. Como podemos perceber, não é possível assumirmos valores de uma suposta “revolução ambiental” sem a reflexão conjunta sobre a questão econômica, política, de desigualdade social e impacto ambiental.


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