top of page

A problemática ambiental dos poluentes emergentes

  • majutavares
  • 18 de fev. de 2021
  • 2 min de leitura

O aumento da contaminação dos recursos hídricos tem preocupado a comunidade científica, em relação a qualidade das águas, tendo em vista que é um dos elementos primordiais a continuação da vida no planeta. A fragilidade dos sistemas de saneamento, aliadas ao crescimento populacional, tem auxiliado para que esgoto domésticos e efluentes industriais sejam lançados em águas superficiais. Uma classe de poluentes tem chamado a atenção de várias autoridades e pesquisadores: Contaminantes Emergentes (CE) ou Poluentes Emergentes (PE), são compostos químicos orgânicos utilizados na fabricação de produtos de uso diário, como cosméticos e medicamentos.


Obedecendo aos requisitos legais, a água que chega a nossas casas deve passar por diferentes formas de tratamentos. Mas, será que isso significa que esta água é livre de substâncias potencialmente prejudiciais? Os fármacos, por exemplo, podem entrar no ambiente aquático pelo lançamento de águas cinzas (chuveiros e lavatórios), águas negras (excretas), e pelo descarte indevido de medicamentos que perderam o prazo de validade. E, além disso, por efluentes industriais e agrícolas. As estações de tratamento de esgoto, por sua vez, não são capazes de realizar a remoção completa destes resíduos. As consequências deste tipo de poluição ainda são pouco conhecidas, tanto para os organismos aquáticos, como para a população humana. E por este motivo o tema tem sido cada vez mais estudado.


Alguns estudos já reportaram que os aditivos antimicrobianos de produtos farmacêuticos e de cuidados pessoais apresentam potenciais impactos ecológicos nos ecossistemas aquáticos (Orvos et al., 2002; Bedoux et al., 2012; Pinckney et al., 2017). Estes impactos podem variar desde alterações na estrutura das comunidades aquáticas até a magnificação trófica. Um exemplo é o Triclosan. Este agente antimicrobiano comumente usado em sabonetes, cremes dentais, e outros produtos, pode biomagnificar (Bedoux et al., 2012).


Outro poluente emergente que tem recebido maior destaque recentemente é a cafeína. Esta substância é encontrada no café, em chás, refrigerantes, medicamentos como analgésicos e antipiréticos, moderadores de apetite e estimulantes. E em todo o mundo, elevadas concentrações de cafeína têm sido detectadas nos sistemas aquáticos (Deblonde et al., 2011). Por se tratar de um composto de uso exclusivamente humano, a cafeína tem sido estudada como potencial indicador do grau de contaminação, dos corpos hídricos, por esgoto doméstico (Peeler et al., 2006). Considerando os efeitos da cafeína, como bloqueio da ação hormonal ou alteração de níveis hormonais naturais, a contaminação da água por esta substância não deve ser ignorada.


Neste contexto, os hormônios também são grandes vilões. Hormônios sintéticos presentes nas pílulas anticoncepcionais são excretados e carreados para os ambientes aquáticos a partir dos efluentes domésticos. Estes compostos também são extremamente difíceis de serem removidos das águas residuais, e tão pouco no tratamento para abastecimento. Estudos já demonstraram que a exposição de algumas espécies de peixes a hormônios estimulam a feminilização de machos (Bahamonde et al. 2013). Ainda, estudos indicam que em humanos, a exposição a hormônios pode levar a casos de câncer de testículo e de endometriose (Fent et al., 2006).


No Brasil, apesar de existirem leis sobre o descarte adequado de medicamentos, ainda não existe uma legislação que obrigue as estações de tratamento a retirarem essas substâncias do esgoto (Quadra et al., 2017).




Artigo: ”CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO APROVADOS NO PNLD/2018”, por Pedro do Nascimento Gonçalves.


 
 
 

Comments


Post: Blog2_Post

©2019 by eco.me. Proudly created with Wix.com

bottom of page