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Mancha de poluição no rio Tietê volta a crescer após três anos

  • majutavares
  • 18 de set. de 2019
  • 2 min de leitura

A mancha de poluição no rio Tietê, o principal do Estado de SP e que cruza a capital paulista, aumentou 34% em 2019 em relação ao ano anterior. O resultado reverte três anos de melhora da qualidade do rio.


Agora são 163 km de trecho poluído, entre as cidades de Mogi das Cruzes e Cabreúva, passando pela cidade de São Paulo —em 2018, eram 122 km. O trajeto representa 15% do curso do Tietê. Os dados são da SOS Mata Atlântica, ONG que acompanha a poluição rio com a mesma metodologia desde 2010.


Para chegar aos índices, a SOS Mata Atlântica mede mensalmente 99 pontos de 73 rios da bacia do Tietê. As amostras são classificadas em cinco estágios: ótima, boa, regular, ruim e péssima. Os trechos classificados como poluídos têm medições ruins ou péssimas.


A maior concentração de poluentes está entre a região do Cebolão, em São Paulo, e Barueri. Ali, a medição aponta índice péssimo. O único trecho com classificação boa é no município de Salesópolis, a leste da capital, onde fica a nascente do Tietê (nenhum trecho tem classificação ótima).


Depois de deixar Salesópolis, o Tietê passa pelas cidades de Biritiba-Mirim, Mogi das Cruzes e Suzano. Todas elas tiveram suas classificações rebaixadas na comparação de 2018 e 2019. "É a primeira vez que isso acontece na região da cabeceira do rio. Ali está um dos mananciais mais usados para abastecer São Paulo [o Alto Tietê, que fornece água para a porção leste da Grande SP]", analisa Malu Ribeiro, especialista em água da Fundação SOS Mata Atlântica.


De maneira geral, o atraso do saneamento na Grande SP é um dos principais problemas para a poluição de seus rios. Segundo a Sabesp, companhia paulista de saneamento, a região metropolitana de São Paulo ainda deixa de tratar 30% de seu esgoto gerado e deixa de coletar 13%.


Outro problema que deve ser cuidado, segundo Malu, é o avanço da ocupação irregular em áreas de mananciais. "É um problema crescente, principalmente próximo ao trecho leste do Rodoanel."


Há ainda o risco do uso excessivo de defensivos agrícolas e fertilizantes que podem alterar a qualidade da água. A preocupação é maior justamente nos municípios onde o Tietê ainda está no início de seu percurso, onde há forte produção agrícola.


Outro fator que teria impactado na piora do rio foi o período de seca que São Paulo viveu entre 2018 e 2019. O volume de chuva foi 20% menor do que a média dos últimos 23 anos.


Se por um lado a menor quantidade de chuva carrega menos lixo, fertilizantes e erosão para o leito do rio, ela também impacta na capacidade do rio de diluir a poluição.


Desde 1992, o Projeto Tietê, tocado pela Sabesp, já investiu investiu cerca de US$ 3 bilhões. Benedito Braga, presidente da Sabesp, lista como saldos positivos a diminuição da mancha de poluição no Tietê e o aumento da área atendida por coleta e tratamento de esgoto. Antes, a região tinha 24% do esgoto tratado, hoje são 68%. A coleta era era 70% e subiu para 87%.


O anúncio da piora da qualidade do Tietê ocorre durante uma campanha do governador João Doria (PSDB) para despoluir o rio Pinheiros, um afluente do Tietê, muito menor em extensão e circunscrito apenas à cidade de São Paulo.



Fonte: blog Folha de São Paulo

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